Em princípio, quando o candidato à médium necessita desenvolvimento e é colocado na corrente, da entidade “Caboclo, Preto Velho ou outro Guia” – vai envolvendo-o com seus fluidos, procurando entrosar-se com o duplo etérico do médium para, posteriormente, influenciar na rede de nervos cerebrais, processo geralmente lento, metódico, mas perceptível, até a completa e perfeita incorporação. No início, regra geral, o médium observa certos movimentos, que influência e impulsiona ao contrário do próprio comportamento normal, mas de maneira um tanto superficial. A razão disso é misturarem-se os pensamentos do guia com os do “Cavalo” (que é você), inclusive mesclando-se também as ações, temperamento, inclinações, condutas, gostos, trejeitos, etc. O candidato se torna então médium ainda consciente do que faz. À medida que a incorporação vai-se ajustando, aperfeiçoado, o médium também vai, pouco a pouco, perdendo a consciência, passando a semi-inconsciência e, daí, ao fim de algum tempo mais ou menos longo, para a condição de inconsciência.
Por isso, ás vezes, o próprio médium julga estar mistificando. Enfraquecendo a fé, a confiança e, descrente, por ignorar o processo mediúnico, frustra-se, desanimado chegando mesmo a afastar-se do terreiro, perdendo a Umbanda um excelente médium que, futuramente, poderia prestar relevantes serviços aos irmãos infelizes e necessitadas.
Raras vezes, no começo, o médium se deixa incorporar corretamente pelo guia, permanecendo inconsciente. Se, ao contrário, isso ocorrer, é porque a mediunidade se desenvolveu despercebidamente e automaticamente, abafada, porém por um motivo qualquer: seja medo, descrença, ignorância, desleixo, negligência, preocupação materiais que o manteve afastado de centros, falta de tempo ou proibição proveniente de tradições religiosas. Como os guias não descuidam de seus tutelados, preparam de modo que a própria pessoa não percebe o progresso mediúnico, embora ocorram fatos dolorosos e insólitos, que o impulsionam em busca de frutificação espiritual, Então sua mediunidade amadurece espontaneamente. Se resolver enfrentar a realidade, eis que a incorporação explode imediatamente. Mas, casos que, confrontados com os normais, são considerados raros. Conhecemos pessoas que receberam seus guias na cama, dormindo!... No dia seguinte acordaram médiuns desenvolvidos e já atuantes. À medida que o tempo decorre, vai ele se familiarizando com a intuição estranha e perdendo gradualmente a consciência. È claro que existe paralelamente, o médium consciência. Mas com o tempo aprendera a diferenciar entre você e o guia ou mentor etc.
Se isso acontecer com você, não se assuste, não desanime, nem duvide da presença do protetor: Ambos, você e ele estão trabalhando, e o seu anjo da guarda saberá conduzi de modo a que se torne um perfeito intérprete das lições do mundo astral.
OS GUIAS E SEUS TRABALHOS
Quando os guias se incorporam nos “cavalos”, o fazem visando a algum trabalho ou missão de caridade. Vamos falar:
Caboclo – A linha, chamada de “Oxossi” por sincretismo, adaptação ou inovação aos cultos afros, é constituída de índios e índias, geralmente brasileiros. Há uma infinidade deles como: 7 Encruzilhadas, Caboclo Tupinambá, Araribóia, Pena Branca, Arranca Toco, Cabocla Jurema, Iara, Jupira, Jacira e etc. Quanto nos terreiros, seus trabalhos são de desenvolvimento de mediunidade, descarga dos filhos, passes, conselhos, orientações, limpeza de aura dos consulentes, desobsessões, etc. São entidades autoritárias, enérgicas e ás vezes intolerantes. Usam charutos, arco e flechas, penachos e objetos próprios dos indígenas, colares, fitas, com fileiras de dentes. Etc.
Saudação o Guia Caboclo: OKÊ CABOLCO
Preto Velho – Constituída de pretos e pretas velhas escravas que desencanaram ao tempo da escravidão. São simples, bondosos, pacienciosos, tolerantes, e apresentam-se tortos, capengados e arqueados, como se os anos lhe pesassem no corpo. Seus trabalhos em conselhos espirituais, materiais, psicológicos, curas através de ervas, passes, limpeza de aura do consulente, resolução de problemas. Vêm com os nomes que tinham quando vivos: Pai José de Aruanda, Pai João da Mata, Pai Antonio de Moçambique, João de Angola, Pai Joaquim da Angola, Pai Joaquim da Aruanda, Vovó Catarina, Vovó Sebastiana e Vovô João de Camargo. Usam cachimbo ou pito, cigarro de palha, velas, defumadores, bengala, banquinhos colares, rosários, bebem vinho tinto, pinga, café etc.
Saudação o Guia Preto Velho: ADOREI AS ALMAS
Crianças – Da linha de Ibeji (Sincretismo com os cultos de nações) – são espíritos que conservam a mentalidade infantil ou almas de crianças que morreram quando ainda pequenas. Vem aos terreiros recordar a infância e fazem toda sorte de traquinices. Há os brancos, pretos e indiozinhos. Não que eles sejam realmente dessa cor ou índios como espíritos, pois estes não têm cor, raça nem sexo, mas que mantém essas condições quando regressam à terra, por força do hábito ou circunstância. Gostam de doces, belas, refrigerantes e brinquedos próprios de crianças. Descem nos terreiros, simbolizando a pureza, a inocência e a singeleza. Seus trabalhos se resumem em brincadeiras e divertimentos. Podem pedir ajuda para os nossos filhos, resolução de problemas, fazer confidências, mexericos, mas nunca para o mal, pois eles não atendem a pedidos dessa natureza. Quando baixam, são usados flores, velas, brinquedos e guloseimas.
Saudação o Guia Crianças: SALVE AS CRIANÇAS
Marinheiros – Da linha do povo d´Agua ou de Iemanjá – Geralmente espírito de pessoas que foram marinheiros, brincalhões que baixam para beber. Suas sessões são, freqüentemente, de passagem dessa entidade, mas podem-lhe ser pedidas coisas simples. Usam Quepe, cigarro, velas, bebem pinga, rum etc.
Saudação o Guia Marinheiro: SARAVÁ MARINHEIRO
Baianos – Constituídos de almas que integram o povo da Bahia ou do Nordeste do Brasil. È um povo recente na Umbanda. Descem para trabalhos de orientações, curas, conselhos, desenvolvimento, desmanche de trabalhos de magia e outros. Ultimamente começaram a aparecer espíritos famosos, como Lampião, Maria Bonita, Corisco, Zé Pelintra, e outros que foram cangaceiros, que são utilizados para bem. Usam para beber batida de coco, pinga e fuma cigarro de palha, usa chapéu de palha ou cartola.
Saudação o Guia Baiano: É DA BAHIA MEU PAI
Boiadeiros – Geralmente vaqueiros dos campos e * prados do Brasil. Normalmente os terreiros dão lhe passagem, isto é incorporam-se para permanecer alguns momentos na terra. Usam chicotes, lenços, chapéus, cordas de laços, fumam cigarro de palha e bebem pinga, cervejas etc.
Saudação o Guia Boiadeiro: GETUA BOAIDADEIRO
Significado * Prado – Campo coberto de ervas, ao qual passam os animais.
Exu – Entidade que trabalho no interior da crosta terrestre. Doutrinado é grande eficácia para o centro, pois, conhecendo bastante a Magia, é empregado para demandar com outro fim de desfazer trabalhos de quimbanda. Trata-se de um força de esquerda usada para equilíbrio vibratório de um trabalho. Quando vêm no terreiros, usa-se pemba preta ou vermelhas, pólvora, ponteiros, pinga, capa preta e vermelha, tridente, fuma charuto e outros.
Saudação o Guia Exu: LAROIÊ EXU, EXU É MOJUBÁ.
Pomba-Gira – Mulher de Exu, Exu mulher ou Cigana na linha da esquerda. Popularíssima e muito solicitada para trabalhos das mais diversas finalidades. Quando vem no terreiro, gostam de tomar champanha, vinho ou pinga, fuma cigarros, cigarrilhas, cigarro de palha, usam saia de cor vermelha e preta, brincos, colares, anéis e batons, tudo que na encanações passada usava como uma mulher gosta de usar.
Saudação o Guia Pomba Gira: LAROIÊ POM BAGIRA, POMBA GIRA É MOJUBÁ.
Observações: Na vida, em todos, os setores, há sempre a dualidade a reger as atividades. Assim há: Bem e o Mal; Esquerda e a Direita; Céu e Inferior; Fino e o Grosso; Alto e o Baixo; Atividade e a Passividade; e o Inicio e o Fim. Existem também a trindade, com intermediário ou meio entre os dois extremos opostos. Desta arte, entra o Bem e o Mal temos neutros; entre esquerda e a direita há o centro; entre o Céu e o Inferior existem a Terra; entre o inicio e o fim existe o meio; essa posições de equilíbrio para balanceamento das pontas opostas.
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