quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Exu Anjo ou Demônio?

Srs. EXUS

Exu é um dos grandes pontos de conflito na UMBANDA com relação a outras religiões, por falta de entendimento, pela ignorância e pelo preconceito.

Muitos acreditam que nossos amigos Exus são Demônios, maus, ruins, perversos, que bebem sangue e se ri com as desgraças dos outros, e a quem podem provocar.
É necessário entender que no sincretismo afro-católico ( imposto num processo de aculturação dos Negros pelos padres Católicos ) os Orixás foram associados aos Santos Católicos, inclusive Exu, que é representado por Santo Antônio (Santo Antônio de Pemba, Santo Antônio de Ouro Fino, etc.). Mas Porquê este Orixá, irmão de Ogum, animado, gozador, alegre, extrovertido, sincero e sobretudo amigo, foi comparado com o Diabo das profundezas macabras dos infernos? Bem, para conhecer está história vamos viajar para 6.000 anos atrás, local, Mesopotâmia.

A Demonologia Mesopotâmia influenciou diversos povos: Hebreus, Gregos, Romanos, Cristãos e outros. Sobrevive até hoje nos rituais Satânicos que muitos já devem ter escutado e visto notícias na televisão e lido nos jornais nacionais e internacionais, principalmente na Europa e EUA.

Na Mesopotâmia os males da vida que não constituíssem catástrofes naturais eram atribuídas aos Demônios ( No mundo atual as pessoas continuam a fazer isso). Os Sacerdotes, para combater as forças do mal, tinham que conhecer o nome dos Demônios e perfaziam enormes listas, quase intermináveis. O Demônio mau era conhecido genericamente como UTUKKU. O grupo de 7 (sete) Demônios maus é com freqüência encontrado em encantamentos antigos. Se dividiam em Machos e Fêmeas. Tinham a forma de meio Humano e meio Animal: Cabeça e tronco de Homem ou Mulher, cintura e pernas de cabra e garras nas mãos. Com sede de sangue, de preferência Humano, mas aceitavam de outros animais. Os Demônios freqüentavam os túmulos, caminhos (encruzas), lugares ermos, desertos, especialmente a noite.

Nem todos eram maus, haviam os Demônios Bons que eram invocados para combater os Maus. Demônios benignos são representados como gênios guardiões, em número de 7 (sete), que guardam as porteiras, portas dos templos, cemitérios, encruzas, casas e palácios.

Bom, os Negros africanos em suas danças nas senzalas, nas quais os brancos achavam que eram a forma deles saudarem os Santos, incorporavam alguns Exus, com seu as suas gargalhadas e jeito maroto e extrovertido assustavam os brancos que se afastavam ou agrediam os Negros escravos dizendo que eles estavam possuídos por Demônios.

Com o passar do tempo, os brancos tomaram conhecimento dos sacrifícios que os Negros ofereciam a Exu, o que reafirmou sua hipótese de que essa forma de incorporação era devido aos Demônios.

Assim, como Exu não é bobo, assumiu, sem dizer que sim ou que não, esse estereótipo colocado pelo branco.

As cores de Exu, também reafirmaram os medos e a fascinação que rondavam as pessoas mais sensíveis.

Assim, o que aconteceu foi uma associação indevida, maldosa, entre aos Demônios Judaico-Cristãos e os Exus Africanos, simplesmente por similaridades em relação a cores, moradas, manifestação de personalidade, etc. Isso com o tempo foi caindo no gosto popular, no espírito de pessoas mentalmente e espiritualmente perturbados e inicia a construir "a visão real", de que Exu é o Demônio.

Muitos médiuns despreparados, ou perturbados mental e espiritualmente, recebiam Exus que diziam-se Demônios. Nessa onda de horror ou de terror, alguns autores Umbandistas do passado, por falta de conhecimento ou por ignorância, fizeram tabelas de "nomes cabalísticos dos diabos", associando esses nomes aos Exus de Umbanda, como: Exu Marabô ou diabo Put Satanaika, Exu Mangueira ou diabo Agalieraps, Exu-Mor ou diabo Belzebu, Exu Rei das Sete Encruzilhadas ou diabo Astaroth, Exu Tranca Ruas ou diabo Tarchimache, Exu Veludo ou diabo Sagathana, Exu Tiriri ou diabo Fleuruty, Exu dos Rios ou diabo Nesbiros e Exu Calunga ou diabo Syrach. Sob as ordens destes e comandando outros mais estão: Exu Ventania ou diabo Baechard, Exu Quebra Galho ou diabo Frismost, Exu das Sete Cruzes ou diabo Merifild, Exu Tronqueira ou diabo Clistheret, Exu das Sete Poeiras ou diabo Silcharde, Exu Gira Mundo ou diabo Segal, Exu das Matas ou diabo Hicpacth, Exu das Pedras ou diabo Humots, Exu dos Cemitérios ou diabo Frucissière, Exu Morcego ou diabo Guland, Exu das Sete Portas ou diabo Sugat, Exu da Pedra Negra ou diabo Claunech, Exu da Capa Preta ou diabo Musigin, Exu Marabá ou diabo Huictogaras, e o nosso Exu-Mulher, Exu Pombagira, simplesmente Pombagira ou diabo Klepoth. Mas há também os Exus que trabalham sob as ordens do orixá Omulu, o senhor dos cemitérios, e seus ajudantes Exu Caveira ou diabo Sergulath e Exu da Meia-Noite ou diabo Hael, cujos nomes mais conhecidos são Exu Tata Caveira (Proculo), Exu Brasa (Haristum) Exu Mirim (Serguth), Exu Pemba (Brulefer) e Exu Pagão ou diabo Bucons.

Comerciantes inescrupulosos ou, simplesmente, ignorantes, criaram imagens de Exus como diabos, cada vez mais estranhos e aterradores (cifres, rabos, partes de animais ...). construindo no imaginário de muitos médiuns e da população Brasileira, um esteriótipo de Exu = Diabo, Exu = Satanás, Exu = Coisa Ruim.

Hoje em dia as casas de Umbanda (centros, terreiros, tendas e templos ...), pelos estudos, pelo conhecimento e pela orientação dos reais Exus, estão abolindo essas imagens e condenando seu uso. Assim como, recriminando médiuns e supostas entidades que se manifestam dessa maneira dentro dos Terreiros. Porém, o mal foi feito, o esteriótipo atingiu a mentes mais fracas e, muitas vezes, vemos em certos canais de televisão que fazem programas religiosos, a invocação dessas aberrações e a indevida associação aos Exus de Umbanda. O que podemos dizer é que quem invoca a Deus, Deus o tem; quem invoca do Diabo, o diabo o tem.

Algumas correntes religiosos estão alimentando na população que participam de seus ritos, a visão de que a culpa para a masela de suas vidas são os Diabos, os Exus, que vêm babando, cam as mãos tortas, grunindo, gritando ( "vou levar, vou levar ... !!!"), todos tortos e formatados dentro de um espírito moldado e caricato.

Essas religiões ou seitas estão alimentando o medo, a ignorância, o preconceito, a discriminação e a ilusão de que a culto pela dor alheia é causada pela Umbanda e pelos seus guias, principalmente os Exus. Então fiquem sabendo que isso é mentira, é ilusão é ignorância.

Exu combate o mal, e devolve o que mandam de ruim, é justo, é equilibrado em suas decisões e em seus trabalhos, Orixá determina a lei do retorno e quem conduz é Exu. Ele não é, e nunca foi o diabo.

Mas então quem é EXU ?

Ele é o guardião dos caminhos, soldado dos Pretos-velhos e Caboclos, emissário entre os homens e os Orixás, lutador contra o mau, sempre de frente, sem medo, sem mandar recado.

Exu não faz mau a ninguém, mas joga para cima de quem merece, quem realmente é mau o mau que essa pessoa fez a outra. Ele devolve, as vezes com até mais força, os trabalhos que fizerem contra outros. Por isso, é considerado Exu como o Orixá malvado.

Existem entidades que se dizem Exu e que fazem somente o mau em troca de presentes aos seus médiuns ou por grandes e custosas obrigações, serviços. Não se engane, Exu que é Exu, não faz mau, a não ser com quem merece e além disso, quando ajuda a uma pessoa não pede nada em troca, a não ser que a pessoa tome juízo, se comporte bem na vida, acredite em Deus e tenha fé.

Que Zimbi te proteja. !!!!

domingo, 13 de setembro de 2009

A história da Umbanda

    Em 15 de novembro de 1908, compareceu a uma sessão da Federação Espírita, em Niterói, então dirigida por José de Souza, um jovem de 17 anos de tradicional família fluminense. Chamava-se ZÉLIO FERNANDINO DE MORAES. Restabelecera-se, no dia anterior, de moléstia cuja origem os médicos haviam tentado, em vão, identificar. Sua recuperação inesperada por um espírito causara enorme supressa. Nem os doutores que o assistiam nem os tios, sacerdotes católicos, haviam encontrado explicação plausível. A família atendeu, então, à sugestão de um amigo, que se ofereceu para acompanhar o jovem Zélio à Federação.
     Zélio foi convidado a participar da Mesa. Zélio sentiu-se deslocado, constrangido, em meio àqueles senhores. E causou logo um pequeno tumulto. Sem saber por que, em dado momento, ele disse: "Falta uma flor nesta casa: vou buscá-la". E, apesar da advertência de que não poderia afastar-se, levantou-se, foi ao jardim e voltou com uma flor que colocou no centro da mesa. Serenado o ambiente e iniciados os trabalhos, manifestaram-se espíritos que se diziam de índios e escravos. O dirigente advertiu-os para que se retirassem. Nesse momento, Zélio sentiu-se dominado por uma força estranha e ouviu sua própria voz indagar por que não eram aceitas as mensagens dos negros e dos índios e se eram eles considerados atrasados apenas pela cor e pela classe social que declinavam. Essa observação suscitou quase um tumulto. Seguiu-se um diálogo acalorado, no qual os dirigentes dos trabalhos procuravam doutrinar o espírito desconhecido que se manifestava e mantinha argumentação segura. Afinal um dos videntes pediu que a entidade se identificasse, já que lhe aparecia envolta numa aura de luz.
     Se querem um nome - respondeu Zélio inteiramente mediunizado - que seja este: eu sou o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS, porque para mim não haverá caminhos fechados.
     E, prosseguindo, anunciou a missão que trazia: estabelecer as bases de um culto, no qual os espíritos de índios e escravos viriam cumprir as determinações do Astral. No dia seguinte, declarou ele, estaria na residência do médium, para fundar um templo, que simbolizasse a verdadeira igualdade que deve existir entre encarnados e desencarnados.
     Levarei daqui uma semente e vou plantá-la no bairro de Neves, onde ela se transformará em árvore frondosa.
     No dia seguinte, 16 de novembro de 1908, na residência da família do jovem médium, na Rua Floriano Peixoto, 30 em Neves, bairro de Niterói, a entidade manifestou-se pontualmente no horário previsto - 20 horas.
     Ali se encontravam quase todos os dirigentes da Federação Espírita, amigos da família, surpresos e incrédulos, e grande número de desconhecidos que ninguém poderia dizer como haviam tomado conhecimento do ocorrido. Alguns aleijados aproximaram-se da entidade, receberam passes e, ao final da reunião, estavam curados. Foi essa uma das primeira provas da presença de uma força superior.
     Nessa reunião, o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS estabeleceu as normas do culto, cuja prática seria denominada "sessão" e se realizaria à noite, das 20 às 22 horas, para atendimento público, totalmente gratuito, passes e recuperação de obsedados. O uniforme a ser usado pelos médiuns seria todo branco, de tecido simples. Não se permitiria retribuições financeiras pelo atendimento ou pelos trabalhos realizados. Os cânticos não seriam acompanhados de atabaques nem de palmas ritmadas.
     A esse novo culto, que se alicerçava nessa noite, a entidade deu o nome de UMBANDA, e declarou fundado o primeiro templo para sua prática, com a denominação de tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, porque: "assim como Maria acolhe em seus braços o Filho, a Tenda acolheria os que a ela recorressem, nas horas de aflição".
     Através de Zélio manifestou-se, nessa mesma noite, um Preto Velho, Pai Antônio, para completar as curas de enfermos iniciadas pelo Caboclo. E foi ele quem ditou este ponto, hoje cantado no Brasil inteiro: "Chegou, chegou, chegou com Deus, Chegou, chegou, o Caboclo das sete Encruzilhadas".
     A partir desta data, a casa da família de Zélio tornou-se a meta de enfermos, crentes, descrentes e curiosos.
     Passados dez anos, o CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS anunciou a Segunda etapa de sua missão: a fundação de sete templos, que deveriam constituir o núcleo central para a difusão da UMBANDA.
     A Tenda da Piedade trabalha ativamente, produzindo curas, principalmente a recuperação de obsedados, considerados loucos, na época. Já então se contavam às centenas as curas realizadas pela entidade, comentadas em todo o Estado e confirmadas pelos próprios médicos, que recorriam a Tenda, em busca da cura dos seus doentes

O que é a Umbanda?

     A Umbanda é uma religião brasileira, fundada em 15 de novembro de 1908, e fundamentada em 3 pilares que são sua base de sustentação: AMOR, FÉ E CARIDADE. Admite um Deus único (OLORUM), que é o criador de tudo e de todos. Seus adeptos são: chamados também de "filhos de fé" ou “irmão de fé” reverenciam entidades superiores denominados guias espirituais ligados as vibrações superiores dos ORIXÁS, sendo o principal Jesus Cristo (OXALÁ).
     Umbanda é uma religião originalmente brasileira que aproveita elementos das mais diversas religiões e culturas mundiais. As verdades do mundo e da vida não estão guardadas em um único lugar ou religião. Assim a Umbanda reúne em si muitos desses conceitos, com a base doutrinária religiosa de Nosso Senhor Jesus Cristo. Uma filosofia que corrige o homem para a prática da caridade uns em favor dos outros, vivendo com humildade paz e em harmonia

Classificações de Espíritos

1) Eguns

- A palavra "Egun" vem do Yorubá (Nigéria) e significa espírito desencarnado ou alma é um espírito sem luz, pode ser calmo ou ruim, zombeteiro, confuso. Muitas vezes este espírito não aceita a morte e acham que estão vivos.
- Egun também são chamados de espírito sofredor, pelo qual eles atende por encosto, coisa ruim, assombração e etc.

2) Eguns Quiumba

- Por vinganças pessoais que carregam em seus mentais por muitos anos atacam seus inimigos encarnados de forma contínua, doentia e raivosa. Essa vingança pode perdurar centenas de anos e na maioria das vezes, não encontramos um egun “atacando” sozinhos, pois eles costumam se unir com outros espíritos que também têm seus mentais e emocionais negativos com um único propósito: a destruição de determinada pessoa.
- Seus ataques normalmente atingem o físico ou o material. Os ataques mentais, só os mais capacitados, conseguem atingir.
- Há também os eguns que há muito tempo perderam sua consciência perante as leis da fé do amor e da vida em Deus. Encontram-se com seus mentais completamente vazios, para eles nada mais importa...
- São espíritos soltos e perdidos no tempo, de doutrinação mais difícil, pois ficam localizados na sua grande maioria “no meio” das sete faixas vibratórias, muitos deles se tornam escravos de outros espíritos com poder mental mais forte, se tornando então vitimas.
- Quando são envolvidos pela lei é a Sagrada Mãe Iansã-Oyá que os envolve e os paralisa sendo ela a Orixá que rege a Linha do Tempo, encaminhando-os ao domínio de Pai Obaluayê que os direcionará para sua evolução.
Classificação de Iansã:
Sagrada Mãe Iansã-Oya = Iansã do Tempo
Sagrada Mãe Iansã do Balé = Senhora dos Eguns

3) Sofredores:

- Caíram nos pólos negativos por suas próprias vibrações emocionais negativas, como o apego ao material ou emocional.
- Sofrem por medo, pois muitas vezes não reconhecem seu estado de espíritos desencarnados. Ou por dor, pois em alguns casos, o desencarne foi rápido e doloroso e não conseguem se livrar dessa sensação de dor e medo.
- São espíritos que aceitam a doutrinação, a cura e o encaminhamento facilmente sem nenhuma resistência, precisando somente de oportunidade, pois não são maldosos conscientemente – prejudicam sim, mas por apego, não percebendo que o maior prejudicado são eles mesmos. Estão ainda na faixa vibratório neutro, mas no dia que clamam a Deus, que prontamente os atende, recebem a chance de serem ajudados e neste momento esses espíritos são recolhidos pelos Guias Espirituais, Preto-Velhos, Caboclos, Exus de Lei, que os direcionam e os encaminham até o Divino Pai Obaluayê – Senhor da Passagem – para serem curados e encaminhados para seus lugares de merecimento.

4) Obsessores:

São espíritos encarnados ou desencarnados que projetam ou fazem o mal.
Obsessão, no entanto é uma AÇÃO persistente e dominadora, que não respeita livre arbítrio.
* A ação obsessiva poder ser: Consciente ou Inconsciente.
* Pode atuar sobre ou através de: Encarnado ou Desencarnado
* Com: Propósito Particular ou Não.
* Por: Afinidade ou por Simbiose.
* Por: Inveja ou Raiva
* Por: Amor ou Ódio.
Portanto, fica claro que quando agimos estimulados por um DESEJO, estamos obsediando alguém. É só observar o que você projeta e faz às pessoas.


5) Quiumbas

- São evoluídos e conscientes de seus poderes negativos. São os grandes lideres do mal, são essas as forças ativadas, mas solicitações negativas-demandas.
- Algumas vezes desconhecem que são escravos dos grandes Magos Negros.
- São eles que atacam os centros Religiosos e os grandes médiuns, pois têm como propósito grande destruir, afetando, principalmente, o mental do médium e em pouco tempo dominam a vida desta pessoa, levando á destruição total, principalmente espiritual.
- São espíritos com grandes exércitos do mal (escravos), localizados na faixa vibratória mais densa e negativa, sendo quase impossível sua doutrinação.
E é neste momento que clamamos ao Sagrado PAI OMOLU – Senhor do Fim - que os envolverá e se encarregará de encaminhá-los ao domínio de Pai Obaluayê ou transforma-los em Ovóides, conforme o merecimento de cada um.

6) Exu – Quimbandeiro

Exu - quimbandeiro são espíritos que se presta a serviços tanto do mal quanto do bem porque não sabem o que fazem, para eles não existe diferença entre mal e bem, porque o conceito de mal e bem está longe da consciência, da sua razão. O Exu - quimbandeiro é aquele usado pelos feiticeiros, pelos magos, que trabalham com Exu... Ou outros espíritos fazendo o mal, não necessariamente chamados Exu.(Exu é um termo yorubá, que veio da África.). O mal na mesma base, na mesma vibração [da magia feita com um Exu - quimbandeiro] é feito em várias seitas diferentes, com o mesmo potencial na bruxaria européia, no voodu, na alta magia, e em várias outras seitas. O Exu - quimbandeiro é esse Exu que se presta a esses serviços, que atende os pedidos quando recebe o material. Ele só tem os olhos no material que ele recebeu, é como se ele fosse um pistoleiro: você paga, ele mata; ele recebeu, ele faz; ele não tem noção [do bem e do mal]. Posso acrescentar aí que no dia que ele tiver a noção do que o médium ou outra pessoa que está usando ele, está fazendo com ele; o dia em que ele pensar em progredir e querer descobrir as faltas horríveis que ele cometeu, e que ele foi usado... ai, ai, ai... É aí que ele vai cair em cima da pessoa que usou dele, e vai cair muito, porque ele é vingativo. Esse é o Exu - quimbandeiro.

7) Exu de Lei.

O Exu-de-Lei se dispõe a trabalhar para Lei Divina, para que essa transformação seja realizada; para que seja feita a vontade do Senhor.
Exu de Lei não aceita qualquer oferenda ou pedido. Desde que a consulente ou médium tenha o merecimento devido.
Exu de Lei sabe portar-se diante dos orixás e não apenas não desrespeita. Quem o acolhe com respeito e cordialidade, ele vai logo se oferecendo para ajudá-lo com seu mistério.

Desenvolvimento Mediúnico

     Em princípio, quando o candidato à médium necessita desenvolvimento e é colocado na corrente, da entidade “Caboclo, Preto Velho ou outro Guia” – vai envolvendo-o com seus fluidos, procurando entrosar-se com o duplo etérico do médium para, posteriormente, influenciar na rede de nervos cerebrais, processo geralmente lento, metódico, mas perceptível, até a completa e perfeita incorporação. No início, regra geral, o médium observa certos movimentos, que influência e impulsiona ao contrário do próprio comportamento normal, mas de maneira um tanto superficial. A razão disso é misturarem-se os pensamentos do guia com os do “Cavalo” (que é você), inclusive mesclando-se também as ações, temperamento, inclinações, condutas, gostos, trejeitos, etc. O candidato se torna então médium ainda consciente do que faz. À medida que a incorporação vai-se ajustando, aperfeiçoado, o médium também vai, pouco a pouco, perdendo a consciência, passando a semi-inconsciência e, daí, ao fim de algum tempo mais ou menos longo, para a condição de inconsciência.
     Por isso, ás vezes, o próprio médium julga estar mistificando. Enfraquecendo a fé, a confiança e, descrente, por ignorar o processo mediúnico, frustra-se, desanimado chegando mesmo a afastar-se do terreiro, perdendo a Umbanda um excelente médium que, futuramente, poderia prestar relevantes serviços aos irmãos infelizes e necessitadas.
     Raras vezes, no começo, o médium se deixa incorporar corretamente pelo guia, permanecendo inconsciente. Se, ao contrário, isso ocorrer, é porque a mediunidade se desenvolveu despercebidamente e automaticamente, abafada, porém por um motivo qualquer: seja medo, descrença, ignorância, desleixo, negligência, preocupação materiais que o manteve afastado de centros, falta de tempo ou proibição proveniente de tradições religiosas. Como os guias não descuidam de seus tutelados, preparam de modo que a própria pessoa não percebe o progresso mediúnico, embora ocorram fatos dolorosos e insólitos, que o impulsionam em busca de frutificação espiritual, Então sua mediunidade amadurece espontaneamente. Se resolver enfrentar a realidade, eis que a incorporação explode imediatamente. Mas, casos que, confrontados com os normais, são considerados raros. Conhecemos pessoas que receberam seus guias na cama, dormindo!... No dia seguinte acordaram médiuns desenvolvidos e já atuantes. À medida que o tempo decorre, vai ele se familiarizando com a intuição estranha e perdendo gradualmente a consciência. È claro que existe paralelamente, o médium consciência. Mas com o tempo aprendera a diferenciar entre você e o guia ou mentor etc.
     Se isso acontecer com você, não se assuste, não desanime, nem duvide da presença do protetor: Ambos, você e ele estão trabalhando, e o seu anjo da guarda saberá conduzi de modo a que se torne um perfeito intérprete das lições do mundo astral.

OS GUIAS E SEUS TRABALHOS

     Quando os guias se incorporam nos “cavalos”, o fazem visando a algum trabalho ou missão de caridade. Vamos falar:

     Caboclo – A linha, chamada de “Oxossi” por sincretismo, adaptação ou inovação aos cultos afros, é constituída de índios e índias, geralmente brasileiros. Há uma infinidade deles como: 7 Encruzilhadas, Caboclo Tupinambá, Araribóia, Pena Branca, Arranca Toco, Cabocla Jurema, Iara, Jupira, Jacira e etc. Quanto nos terreiros, seus trabalhos são de desenvolvimento de mediunidade, descarga dos filhos, passes, conselhos, orientações, limpeza de aura dos consulentes, desobsessões, etc. São entidades autoritárias, enérgicas e ás vezes intolerantes. Usam charutos, arco e flechas, penachos e objetos próprios dos indígenas, colares, fitas, com fileiras de dentes. Etc.

Saudação o Guia Caboclo: OKÊ CABOLCO

     Preto Velho – Constituída de pretos e pretas velhas escravas que desencanaram ao tempo da escravidão. São simples, bondosos, pacienciosos, tolerantes, e apresentam-se tortos, capengados e arqueados, como se os anos lhe pesassem no corpo. Seus trabalhos em conselhos espirituais, materiais, psicológicos, curas através de ervas, passes, limpeza de aura do consulente, resolução de problemas. Vêm com os nomes que tinham quando vivos: Pai José de Aruanda, Pai João da Mata, Pai Antonio de Moçambique, João de Angola, Pai Joaquim da Angola, Pai Joaquim da Aruanda, Vovó Catarina, Vovó Sebastiana e Vovô João de Camargo. Usam cachimbo ou pito, cigarro de palha, velas, defumadores, bengala, banquinhos colares, rosários, bebem vinho tinto, pinga, café etc.

Saudação o Guia Preto Velho: ADOREI AS ALMAS

     Crianças – Da linha de Ibeji (Sincretismo com os cultos de nações) – são espíritos que conservam a mentalidade infantil ou almas de crianças que morreram quando ainda pequenas. Vem aos terreiros recordar a infância e fazem toda sorte de traquinices. Há os brancos, pretos e indiozinhos. Não que eles sejam realmente dessa cor ou índios como espíritos, pois estes não têm cor, raça nem sexo, mas que mantém essas condições quando regressam à terra, por força do hábito ou circunstância. Gostam de doces, belas, refrigerantes e brinquedos próprios de crianças. Descem nos terreiros, simbolizando a pureza, a inocência e a singeleza. Seus trabalhos se resumem em brincadeiras e divertimentos. Podem pedir ajuda para os nossos filhos, resolução de problemas, fazer confidências, mexericos, mas nunca para o mal, pois eles não atendem a pedidos dessa natureza. Quando baixam, são usados flores, velas, brinquedos e guloseimas.

Saudação o Guia Crianças: SALVE AS CRIANÇAS

     Marinheiros – Da linha do povo d´Agua ou de Iemanjá – Geralmente espírito de pessoas que foram marinheiros, brincalhões que baixam para beber. Suas sessões são, freqüentemente, de passagem dessa entidade, mas podem-lhe ser pedidas coisas simples. Usam Quepe, cigarro, velas, bebem pinga, rum etc.

Saudação o Guia Marinheiro: SARAVÁ MARINHEIRO

     Baianos – Constituídos de almas que integram o povo da Bahia ou do Nordeste do Brasil. È um povo recente na Umbanda. Descem para trabalhos de orientações, curas, conselhos, desenvolvimento, desmanche de trabalhos de magia e outros. Ultimamente começaram a aparecer espíritos famosos, como Lampião, Maria Bonita, Corisco, Zé Pelintra, e outros que foram cangaceiros, que são utilizados para bem. Usam para beber batida de coco, pinga e fuma cigarro de palha, usa chapéu de palha ou cartola.

Saudação o Guia Baiano: É DA BAHIA MEU PAI

     Boiadeiros – Geralmente vaqueiros dos campos e * prados do Brasil. Normalmente os terreiros dão lhe passagem, isto é incorporam-se para permanecer alguns momentos na terra. Usam chicotes, lenços, chapéus, cordas de laços, fumam cigarro de palha e bebem pinga, cervejas etc.

Saudação o Guia Boiadeiro: GETUA BOAIDADEIRO

Significado * Prado – Campo coberto de ervas, ao qual passam os animais.

     Exu – Entidade que trabalho no interior da crosta terrestre. Doutrinado é grande eficácia para o centro, pois, conhecendo bastante a Magia, é empregado para demandar com outro fim de desfazer trabalhos de quimbanda. Trata-se de um força de esquerda usada para equilíbrio vibratório de um trabalho. Quando vêm no terreiros, usa-se pemba preta ou vermelhas, pólvora, ponteiros, pinga, capa preta e vermelha, tridente, fuma charuto e outros.

Saudação o Guia Exu: LAROIÊ EXU, EXU É MOJUBÁ.

     Pomba-Gira – Mulher de Exu, Exu mulher ou Cigana na linha da esquerda. Popularíssima e muito solicitada para trabalhos das mais diversas finalidades. Quando vem no terreiro, gostam de tomar champanha, vinho ou pinga, fuma cigarros, cigarrilhas, cigarro de palha, usam saia de cor vermelha e preta, brincos, colares, anéis e batons, tudo que na encanações passada usava como uma mulher gosta de usar.

Saudação o Guia Pomba Gira: LAROIÊ POM BAGIRA, POMBA GIRA É MOJUBÁ.

     Observações: Na vida, em todos, os setores, há sempre a dualidade a reger as atividades. Assim há: Bem e o Mal; Esquerda e a Direita; Céu e Inferior; Fino e o Grosso; Alto e o Baixo; Atividade e a Passividade; e o Inicio e o Fim. Existem também a trindade, com intermediário ou meio entre os dois extremos opostos. Desta arte, entra o Bem e o Mal temos neutros; entre esquerda e a direita há o centro; entre o Céu e o Inferior existem a Terra; entre o inicio e o fim existe o meio; essa posições de equilíbrio para balanceamento das pontas opostas.